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Mensagens

A mostrar mensagens de 2010

LOTR moment.

"It's like in the great stories, Mr. Frodo. The ones that really mattered. Full of darkness and danger they were. And sometimes you didn't want to know the end. Because how could the end be happy? How could the world go back to the way it was when so much bad had happened? But in the end, it's only a passing thing, this shadow. Even darkness must pass. A new day will come. And when the sun shines, it will shine out the clearer. Those were the stories that stayed with you. That meant something, even if you were too small to understand why. But I think, Mr. Frodo, I do understand. I know now. Folk in those stories had lots of chances of turning back, only they didn't. Because they were holding on to something... There's some good in this world, Mr. Frodo. And it's worth fighting for." Samwise Gamgee

Eu gosto muito do Sr. Engenheiro José Sócrates.

Ele há formas mais seguras de vos chamar à atenção, mas hoje deu-me para isto, pronto. Toda a gente sabe que matar focas bebé à paulada não é divertido... Dá uma trabalheira do catano porque o bicho é esquivo e escorrupicha muito sangue. Outra coisa que também não é divertida é limpar o traseiro a folhas de urtiga. Então como estão? É Natal novamente... Sentindo-me perfeitamente imbuído na beatitude consumista que viola o pessoal por estas alturas, e não tendo manifestamente pilim para mandar cantar um cego (infelizmente o Ray Charles cobra mais que certas meninas que fazem outras coisas com microfones), decidi voltar a tomar como tema para um post o das deambulações a atirar para o parvo. Ora estava o sacana do Moisés quilhado por o seu primo adoptado andar a malhar forte e feio nas tipas que eram dele, preocupadíssimo com a forma como haveria de dar uma overdose de Deus ao irmão para ele não se fazer mais tarde ao piso, e com uma forma simpática de mudar o estado civil rapida
Caminhava pelo mercado numa tarde fria, vendo os vendedores vendendo as suas mercadorias nas bancas cobertas por linhos de muitas cores e completamente fascinado pelo odor das frutas, pelo murmúrio indefinível resultante dos pregões e das disputas de negócio... Via as pessoas a irem umas contra as outras, empurrando-se mais por negligência do que por intenção, cada um no seu caminho pessoal. Nessa tarde reparei num homem. Comprava fruta a peso como as restantes pessoas. Mexia e remexia em tecidos que tencionava comprar... Olhava as pessoas como eu e escondia-se como eu, mas eu oculto-me por causa do meu aspecto e tenho mais sucesso que ele porque, apesar de se esconder, não se ocultava tanto quanto desejaria permitindo que qualquer pessoa lhe visse a cara. Isto fez-me pensar que o que ele ocultava não seria tanto o seu aspecto, mas algo de interior. Depois de o ver a pagar uma pulseira de um azul majestoso e afastar-se cauteloso da respectiva banca, aproximei-me cauteloso para que pe
Há um perigo que entra em todas as vidas as vidas com passos de lã... Um perigo silencioso, como um assassino, um mercenário que ataca sem dó, sem piedade, sem apelo, sem agravo, sem hipótese de discussão ou negociação... É um vazio. Aquele nada que rasteja, quue caminha pé ante pé, atrás de nós, incautos, e espera aquele momento em que tudo está bem para com um golpe único nos invadir... Insensata sensação de uma tristeza... Olhamos para nós, para o que temos, para tudo o que conseguimos e falta permanentemente algo. E, oh, insatisfeitos, agarramo-nos nós ao que temos? Não... Menosprezamos o que nos custou tanto a ter, tudo o que lutamos por conseguir, em troca de algo que em boa verdade nunca quisemos. Na outra noite, encontrava-me eu sentado no topo da minha torre pensando porque razão valeria a pena... Pensando em desbaratar tudo... Pensando em algo que não conseguia definir mas que sem dúvida me faltava. A princesa que amou o dragão sentou-se ao meu lado e perguntou-me o que se
Um punho na mesa. A lamparina com a luz bruxuleante de um pavio curto treme. Levanto-me e com o movimento ficam as pernas da cadeira de lado e as suas costas no chão. Ela olha-me nos olhos e eu olho os dela. Nos meus a dor, nos dela o medo, ou a indiferença, ou nenhum dos dois, ou a mistura de ambos. Olho-a nos olhos que tantas vezes vi cerrados e cerro de novo meu punho acertando em cheio no nó da tábua de madeira da mesa. A lamparina cai. A luz apaga-se. "Nunca ergueria a mão contra ti.". Viro as costas. A luz da lua faz as vezes da lamparina apagada. Aproximo-me da parede. Na escuridão, planto os nós dos meus dedos contra a superfície com mais força do que a dor me deveria permitir. Sinto-a ao meu lado e não a vejo. Sinto-a a chorar mas não a vejo. Ela abraça o meu braço e toca-me na mão húmida. Pele rompida. Sangue cobre-me os nós dos dedos. Silêncio. Ela acaricia-me a cara e segreda-me sem palavras que vai ficar, que está, tudo bem. Ouço-lhe as lágrimas que tocam o chão

My Secret Garden

My secret garden's not so secret anymore Run from the house holding my head in my hands Feeling dejected, feeling like a child might feel It all seems so absurd that this should have occurred My very only secret and I had to go and leak it My secret garden's not so secret anymore No, my secret garden's not so secret anymore Run through the fields down to the edge of the water Can't stay long, here comes the reason why She'll catch me if she can, take me by the hand I'll have to keep on running and I just can't see the fun in My secret garden not being secret anymore It used to be so easy on days such as these she'd Search and search for hours, in among the flowers I loved it, I loved her Play the fool, act so cruel (I loved it) Read a book, take a look (I loved her) It all seems so absurd that this should have occurred My very only secret and I had to go and leak it My secret garden's not so secret anymore. My Secret Gar

Livros

Tudo quanto faço é mal, é vil, é nulo. Se me atrevo a andar, minha pose é fraca, incorrecta, lassa. Tudo quanto digo é vão, é fútil, é nada. Todo o meu sentimento é imprestável e por isso o engulo... Toda a minha alma é frágil, dolente, cobarde. Sinto-me um livro que alguém comprou na esperança de encontrar em si esperanças... Pior. Sinto-me aquele livro comprado com gosto que deu as respostas que se procurava mas que ficou àquem de se explicar a si mesmo, sem glossário, sem índice remissivo. Um livro ali na prateleira que se folheia de vez em quando porque tem ilustrações de Gustave Doré... Um livro que fica bem ter na prateleira apesar de não ser encadernado a couro nem ter na capa filigrana. Um livro infantil escondido sob a capa dos Maias ou dos Lusíadas... Algo que ensina a ler quando promete ensinar a pensar. Algo que promete arte e se folheado não é mais que um livro para colorir... Todo eu sou complexamente simples, como aquela literatura light que nos dá as respostas que deve
Fui um anjo. Os anjos também caem e depois da minha queda perdi as penas... eis-me um demónio. Fui um demónio. Os demónios também se purgam e apesar do meu aspecto alcei vôo e ergui-me magestoso... Eis-me um dragão... Fui um dragão. Jurado que tinha ser indomável, fui domado e quando apresentei provas de ser algo mais caí no meu pântano infernal e perdi as asas. Eis-me um humano. Sou um humano. Sei que não posso voar porque sou humano. Sei que não tenho em mim força para me erguer. Sei que não tenho em mim pecados que não tenha já pago e que mereçam esforço. Sei que não tenho já a luz da esperança num futuro. Tempos houve em que o futuro não me importava desde que o presente compensasse e o passado não fosse um peso. Hoje, em que apenas no futuro poderia vislumbrar a completude que almejo, a força falha-me e por muito alto que salte não consigo voar. À força de sentir de novo o vento no meu cabelo e a carícia do ar sobre a minha pele, caio novamente. Sem motivos para me levantar, desta

Ainda que mal

Ainda que mal pergunte, ainda que mal respondas; ainda que mal te entenda, ainda que mal repitas; ainda que mal insista, ainda que mal desculpes; ainda que mal me exprima, ainda que mal me julgues; ainda que mal me mostre, a inda que mal me vejas; ainda que mal te encare, ainda que mal te furtes; ainda que mal te siga, ainda que mal te voltes; ainda que mal te ame, ainda que mal o saibas; ainda que mal te agarre, ainda que mal te mates; ainda assim te pergunto e me queimando em teu seio, me salvo e me dano: amor. Ainda que mal - Carlos Drummond de Andrade

Mi Unicornio Azul

Mi unicornio azul ayer se me perdió pastando lo dejé y desapareció cualquier información bien la voy a pagar las flores que dejó, no me han querido hablar. Mi unicornio azul ayer se me perdió no sé si se me fue, no sé si se extravió y yo no tengo más que un unicornio azul si alguien sabe de él, le ruego información cien mil o un millón yo pagaré mi unicornio azul, se me ha perdido ayer se fue... Mi unicornio y yo hicimos amistad un poco con amor, un poco con verdad con su cuerno de añil pescaba una canción saberla compartir era su vocación. Mi unicornio azul ayer se me perdió y puede parecer acaso una obsesión pero no tengo más que un unicornio azul y aunque tuviera dos yo solo quiero aquel cualquier información la pagaré mi unicornio azul se me ha perdido ayer se fue... Mi Unicornio Azul - Sabandeños 

Extracto

"Levanta-te e anda... Vai para onde quiseres... Pouco importa como ou para onde vais, o que importa é que te levantes e andes... O importante é que se voltares a parar, se voltares a cair, tenhas sempre alguém que te diga que te levantes e que andes." 11/04/2010

Humildade

Soube que tinha deixado de ser uma criança não quando disse "obrigado" mas quando me apercebi do obrigado que estava a agradecer por algo que me deram, que fizeram para mim, que fizeram por mim, que me disseram... Algo que, mesmo que não tivesse nada que se relacionasse directamente comigo, me fizesse sentir um misto de dívida e gratidão para com a pessoa que praticou aquele acto em específico. Soube que tinha deixado de ser um miúdo não quando disse "amo-te" mas quando me consciencializei que aquelas palavras assinavam um tratado, um acordo subreptício de fidelidade, respeito, exclusividade não de atenção mas de um certo nível de atenção; aquelas palavras eram um joelho em terra e a entrega da espada; "nunca a erguerei senão por ti, nunca a erguerei contra ti". Mais ainda. Eram tão mais poderosas por conterem todo este significado concentrado que quando uma parte deste juramento abandonou o meu coração, deixei de poder proferi-las. Soube que me tinha
"Um dia, quem sabe um dia, possa mandar tudo às urtigas. Deixar de ser o palhaço de quem se esqueceu de se rir, deixar de ser o filho ideal dos pais que nunca tive, deixar de ser o amigo preocupado quando em minha natureza está a negligência. Talvez passe a preocupar-me menos com o que os outros pensam ou dizem de mim, importantes ou não, para passar a fazer apenas o que a minha vontade egoísta me pede. É possível que comece a recusar o esforço de estar, de falar, de perceber, de me colocar na pele do outro que tanta dificuldade tem de se pôr na minha. Pode ser que deixe de querer saber se me consideram isto ou aquilo e que comece a alegar que à minha volta só está quem faz falta... É altamente provável que comece a sobrevalorzar-me na ausência de alguém, justificando a ausência dessa pessoa com argumentos inúteis ou vagos como "era uma fonte de preocupações sem sentido" ou que comece mesmo a mentir-me claramente dizendo que "para complicações bastam as minhas"

Desculpa

Houve uma altura em que o que era deixou de o ser... Depois, apercebi-me que tinha deixado de ser o que era. Depois fiquei preocupado por ter deixado de ser o que era e perguntei-me o porquê de isso ter acontecido. Depois reparei que a minha preocupação por ter deixado de ser o que era e o motivo de me perguntar do porquê de isso ter acontecido se prendiam ambos com uma saudade imensa de ser outra coisa que não aquilo que me tinha tornado, mas, se possível, aquilo que fora antes. Houve uma altura em que precisei de saber o que fora antes. Vi sonhos que não eram sonhos, planos que não eram planos e uma vida que não era vida e no entanto... No entanto, tudo isso era eu e o meu avião azul e amarelo, e o meu carro branco chamado Soneca, e a minha Milú com a minha Guziluz... Os meus carros perfeitamente alinhados e organizados não por marca nem por idade mas pelas marcas que a falta de cuidado lhes deixou. Os meus Playmobil, organizados por tema. Os meus Lego para construções e sonhos ima

Recompensa

Se valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena... Tudo vale a pena se a recompensa é um sorriso maior que os lábios, um brilho maior que os olhos, um palpitar maior que o peito.... Se compensa subir a montanha, mergulhar no abismo? Se a caminhada no deserto ao calor do dia e ao frio da noite... Se a sede e a fome sem o mana divino...  Se o cansaço e a exaustão de esforços inomináveis, quando até a própria esperança nos abandona, traz mais algum fruto além das lágrimas e das dores infindas? Ah sim... Tudo vale a pena quando após tudo isto o calor dos nossos braços serve não para nos aquecer e não a nós próprios mas para aconchegar por quem lutamos. Todo o cansaço se desvanece quando, mais do que lutarmos por nós, nos apercebemos que lutamos já ao lado de alguém que tem os mesmos objectivos que nós. Todas as lágrimas e dores são ultrapassadas pela alegria da consciência do que obtivemos através e apesar delas mesmas. E o mais importante é que só chegamos onde chegamos porque n

Esperanças

Beyond the horizon of the place we lived when we were young, In a world of magnets and miracles, Our thoughts strayed constantly and without boundary. The ringing of the division bell had begun. Along the long road and on down to the causeway Do they still LIVE there by the cut? There was a ragged band that followed in our footsteps Running before time took our dreams away, Leaving the myriad small creatures trying to tie us to the ground, To a life consumed by slow decay... The grass was greener, The light was brighter, With friends surrounded, The nights of wonder... Looking beyond the embers of bridges glowing behind us, To a glimpse of how green it was on the other side, Steps taken forwards but sleepwalking back again Dragged by the force of some inner tide At a higher altitude with flag unfurled We reached the dizzy heights of that dreamed up world... Encumbered forever by desire and ambition   There's a hunger still unsatisfied. Our weary eyes still

Incolor.

Chego à conclusão que... Cor? Qual cor? Há quem diga que sou o vermelho sangue, quem diga que sou o índigo... Já fui dourado, como um anjo, prateado e acobreado... Quem me pense cristal e quem me considere breu... E o pior é que fui tudo isso... Depois chego a mim. Olho-me ao espelho e pergunto-me qual a minha cor? Qual a cor que criei para mim? Se todas as cores são actos e atitudes que tomei em relação a outros, se todas as cores que tive foram pintadas pelas mãos dos outros na minha adaptação a eles.... Quais são as minhas verdadeiras cores? O que faço eu por mim que não para me adaptar ou para corresponder a expectativas de outros? Porque é que falho, consecutivamente, a fazer algo por mim? Eu sei o que quero... acho que só me falta descobrir a cor dos meus sonhos, pintar-me dessa cor e esperar não falhar... Que essa cor me fique bem.

Caminho

Há alturas em que não há nada mais a fazer. Chegamos ao ponto em que não podemos regressar, em que não podemos avançar, em que seja qual for a direcção que tomemos teremos sempre uma parede que nos bloqueie a passagem... Olhei-me ao espelho e vi-me como os outros me veem todos os dias. Olhei-me e vi que estava vestido exactamente com as mesmas vestes. Olhei os meu olhos no reflexo e reconheci-me sem qualquer dificuldade, face nua, alma clara... Entrei dentro de minha mente e reparei que a forma exterior não era senão a reprodução do interior. Quem me visse julgar-me-ia um bom rapaz, respeitador, irreverente, extravagante, inesperado, algo brusco e confuso, mas sensato e com um saber não só de experiência feito mas também da ausência de experiências que optou por ter... Quem me visse, ver-me-ia. Onde pára a minha máscara? Terei de me confundir a mim para confundir ou outros? Terei de perder o senso de quem sou, de quem quero ser, para poder ser precisamente quem sou e quero ser? Não f
"Doem-me as saudades de um fim que não quis e que não tive. Amarga-se-me a boca porque alguém não quis o que eu não queria. Como ousou não ter coragem e não admitir querer algo que eu não queria? E pensar que alguém esboçou com sua pena um movimento que me marcou porque a pena é mais forte que a espada... E pensar que ergui minha espada no vão intuíto de permitir que erguesses tua pena, pois bastava um rabisco para que todos os desenhos que fiz com a espada valessem a pena. Saber-te capaz de lutar por algo... Saber-te capaz de lutar uma batalha perdida que talvez pudesses ganhar mas que ficaria infeliz se ganhasses... Porque é que não lutaste e não te deste a hipótese de ganhar? Nem que me perdesse eu ou que perdesse eu esta ideia de que quem perderia eras tu, saberia ao menos que em nome dos movimentos de espada que volteei, tu ter-me-ias feito belos poemas sob a forma de gravuras victorianas. Mas não. Ousaste, sim pegar na pena. Vi-te, Deuses em que não creio, juro que te vi, mo

De mim a mim...

Sinto por vezes que não fiz até agora al que não perder. Que nada mais tive senão o que mantive até isso me abandonar... Lutar pelo que me foi dado? Conquistar o que não tinha? Tomar de ataque ou de cerco? Não... Para maldição minha tudo o que quis sempre me foi dado não tendo de lutar... Simplesmente esperando pacientemente que o destino invariavelmente se apiedasse da minha paciência e entre dó ou justiça me desse o que queria. Quando finalmente tenho de lutar, de levantar braços, de me erguer contra insolências dos fados faltam-me as forças para ser competente no que me proponho. Então sou fraco. Então recolho-me e encolho-me. Encho-me de inveja das pessoas que colhem os frutos do seu trabalho não pelos frutos mas pela coragem que tiveram de semear. A inveja tolhe-me a alma. De mingado, nanifico-me. Não me sinto em direito de reclamar o que for ou do facto de, daquela vez, o destino não se ter apiedado ou não ter ligado aos meus olhos que pediam o favor de ver a minha vontade feit

Lear

" Edmund - Essa é a maravilhosa tolice do mundo: quando as coisas não nos correm bem - muitas vezes por culpa de nossos próprios excessos - pomos a culpa de nossos desastres no sol, na lua e nas estrelas, como se fôssemos celerados por necessidade, tolos por compulsão celeste, velhacos, ladrões e traidores pelo predomínio das esferas; bêbedos, mentirosos e adúlteros, pela obediência forçosa a influências planetárias, sendo toda nossa ruindade atribuída a influência divina... Ótima escapatória para o homem, esse mestre da devassidão, responsabilizar as estrelas por sua natureza de bode. Meu pai se juntou a minha mãe sob a cauda do Dragão e minha natividade se deu sob a Grande Ursa: de onde se segue que eu tenho de ser violento e lascivo. Pelo pé de Deus! Eu teria sido o que sou, ainda que a mais virginal estrela do firmamento houvesse piscado por ocasião de minha bastardização. " SHAKESPEAR, William; Rei Lear, Acto I, Cena II

Dor

É precisa uma coragem desmesurada para se vencer a Dor. A Dor é aquele sentimento traidor que se esconde de nós e se alimenta das memórias que temos para nos atacar, que deambula entre sinapses neurais, que espera pacientemente e aguenta todos os sorrisos e todas as alegrias. A Dor arruma-se e finge-se esquecida com os amigos, quando aquela pessoa especial nos abraça, quando um dia de sol quente e céu azul mavioso nos aquece tanto o corpo quanto a alma. Mas sabemos que a Dor está lá. Impede que o sorriso atinja o tamanho que atingiu antigamente. Impede-nos os sono sem um suspiro. Inibe-nos, compele-nos, atrasa-nos e, acima de tudo, não nos permite a aurea felicidade a que a aspiramos... Como lidar com a Dor? Precisamente da mesma maneira como ela trata conosco. Traí-la e escondermo-nos dela. Quando não conseguirmos evitar sofrer por nos recordarmos de algo que nos magoa, agarrar nessa memória e combatê-la ou com memórias diametralmente opostas, ou com esperanças, na ausência de boas
É como um imenso empurrão para a frente de uma folha... reaprender, através deste meu pathos criativo, a lidar novamente com o que já sei como funciona. "Filho, sabes o que queres? Ser feliz, ora, não é o que toda a gente busca neste Mundo? Sim, por certo, mas há tanta gente neste mundo procurando a felicidade e insistindo na sua procura num só sítio que não encontram senão tristezas na vida.... Sabes o que precisas para ser feliz? Mas sim, claro. Preciso de compreender e ser compreendido. Preciso que quem me compreenda me ame e que queira parte do meu sonho de um futuro. Preciso que esse alguém tenha defeitos que possa suprir com as minhas qualidades e qualidades que compensem os meus defeitos. Preciso de saber que posso não ser a única pessoa na vida dela mas que sou único na vida dela. Preciso que ela precise de mim como eu dela e que ambos estejamos dispostos a aceitar isto não como uma fatalidade mas como um dado adquirido da vida. Preciso, não de saber tudo sobre ela
A todos quantos possa interessar, esta gárgula tem estado em clima introspectivo... A aprender algo em que seja realmente bom, a dedicar-se à escrita para posterior publicação. Só para que todos vocês, que não estando diariamente comigo se preocupam com o meu estado inundando-me com carinhosas mensagens pedindo novas, boas ou más, todos os dias, saibam que está realmente tudo bem. Raios me partam mais os devaneios...

Tears Of The Dragon

For too long now, there were secrets in my mind For too long now, there were things I should have said In the darkness, I was stumbling for the door To find a reason, to find the time, the place, the hour Waiting for the winter sun and the cold light of day The misty ghost of childhood fears The pressure is building and I can't stay away. I throw myself into the sea Release the wave Let it wash over me To face the fear I once believed The tears of the dragon for you and for me Where I was, I had wings that couldn't fly Where I was, I had tears I couldn't cry My emotions, frozen in an iced lake I couldn't feel them until the ice began to break I have no power over this, you know I'm afraid The walls I built are crumbling, the water is moving, I'm slipping away. I throw myself into the sea Release the wave, let it wash over me To face the fear I once believed The tears of the dragon for you and for me Slowly I awake, slowly I rise The
Como tendes estado? Lamento a minha ausência. A minha Torre esteve a sofrer algumas remodelações... Visitas? Não, lamento. Acabaram as entradas à borla. Não desço mais da minha Torre para ajudar alguém a entrar e a ver o seu interior... A partir de agora, que suba a parede escarpada quem conseguir.. ................................................................ Hoje de manhã tive um sonho. Subia uma parede de uma fachada de uma casa velha. A porta tinha sido bloqueada com blocos de cimento. O seu interior tinha ruído sobre si próprio. Já não havia telhado, já não havia divisões. Da casa restava apenas a fachada cujas pedras, antes cobertas por cimento ou argamassa e agora desnudas, serviam de pontos de apoio para as minhas mãos e pés na escalada. Subia até ao parapeito de uma janela que antes se encontrava num primeiro andar e agora se encontra apenas à mesma altura. Acabo por espreitar pelo parapeito da janela, para dentro. Silvas. Arbustos. A Natureza tomou posse. Su

Luz e Sombra

Na vida existem dois caminhos primordiais. Sábio é o homem que sabe orientar-se em ambos. Sem qualquer conotação negativa ou positiva, existe então o caminho do Sol, da Luz, do Racional, de tudo aquilo que é explicável e comprovável e o caminho da Lua, da Sombra, do Emocional, de tudo aquilo que escapa à logica e à verificação óbvia. Esta é uma das bases mais simples da Magia, de todas as Magias, e é também uma base de vida invulgarmente abrangente. Geralmente, aquele que segue a Luz fascina-se com a escuridão e com o mistério. Não sossega enquanto não impõe uma ordem naquilo que ultrapassa a sua compreensão, colocando um determinado item num compartimento estanque e seguro. A ordem, a claridade, a regra e respectivas excepções ditam os modos e guiam aquele que opta por ignorar o que o seu lado emocional lhe diz segue o que a razão lhe impõe. O seguidor da luz conhece os seus sentimentos e, mesmo quando perde o controle sobre o seu coração, sabe o que sente, como sente, porque sente

Crash and burn

Houve alguém que me disse que sentia apenas uma necessidade de se espetar contra uma parede a alta velocidade e magoar-se a sério... De ficar sozinha se necessário, de acabar sozinha se fosse preciso, de se sentir sozinha no mínimo.... Bom, eu só tenho uma resposta... Sabes, Quando te sentires só E o Mundo te virar as costas, Permite-me um momento Para apaziguar o teu coração... Eu sei que parece Que as paredes se fecham sobre ti, É difícil achar um alívio E as pessoas podem ser tão frias. Quando a escuridão te bater à porta e Sentires que não aguentas mais..... Deixa-me ser quem chamares Se saltares, amparo-te a queda... Ergo-te e levo-te num vôo pela noite. Se precisares de ceder, Curarei teu coração... Se te queres magoar, Magoa-te, Não estás só. Quando te sentires só E for difícil encontrar um amigo leal, Estás presa numa rua de um sentido Com os monstros na tua mente... Quando as esperanças e os sonhos te deixarem e Te sentires incapaz de enfrentar outr

Sardas

I guess i can't stop The freckles that i hated so Unlike those words That make me heave a little sigh for you It's hardly the love that i once shared with you 'Cause it dissolved as if some kind of sugar cube. Now the little pain Sitting in my heart Has shrunk to a bit So it really doesn't hurt me now... Those silly horoscopes... I guess I can't trust them after all. If we could get further away, I wonder what it would be like... I'd be so happy Inside my heart... All the memories I have are beautiful in my mind, But they can't feed the hunger deep inside my soul. For tonight I'll long, sighing and sitting in my sorrow... And now i must wonder why, "What did it all really meant to you?" I just can't see it anymore... I just can't see it anymore..... Judy and Mary - Sobakasu (versão inglesa)