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Caminho

Há alturas em que não há nada mais a fazer. Chegamos ao ponto em que não podemos regressar, em que não podemos avançar, em que seja qual for a direcção que tomemos teremos sempre uma parede que nos bloqueie a passagem...
Olhei-me ao espelho e vi-me como os outros me veem todos os dias. Olhei-me e vi que estava vestido exactamente com as mesmas vestes. Olhei os meu olhos no reflexo e reconheci-me sem qualquer dificuldade, face nua, alma clara... Entrei dentro de minha mente e reparei que a forma exterior não era senão a reprodução do interior. Quem me visse julgar-me-ia um bom rapaz, respeitador, irreverente, extravagante, inesperado, algo brusco e confuso, mas sensato e com um saber não só de experiência feito mas também da ausência de experiências que optou por ter... Quem me visse, ver-me-ia.
Onde pára a minha máscara? Terei de me confundir a mim para confundir ou outros? Terei de perder o senso de quem sou, de quem quero ser, para poder ser precisamente quem sou e quero ser? Não faz sentido... Devo pintar minha alma com todas as cores do arco-íris para que não se saiba qual das cores é realmente a minha, ou devo apenas optar pela minha cor, assim que a descubra, escondendo-a com negro ou branco?
Mais importante ainda: como posso eu querer ser algo mais no futuro, ser maior, ser pleno, ser absoluto... Se não tenho a certeza de qual a minha potencialidade pessoal para o absoluto. Se não sei em que é que me ultrapasso e aos outros... Se não sei em que me destaco da multidão senão nesta minha capacidade de fazer máscaras......

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