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Mensagens

A mostrar mensagens de 2018
Escuridão à minha volta, um foco de luz incide apenas sobre mim. Não pretende chamar a atenção sobre mim pois não há mais nada fora da luz que me encandeia. Já cá estive, como estou. Nú. Não há com quem justificar vergonhas. Olho em volta procurando quem sei não estar. Alguém. Nada. Joelho no chão, mão no chão, olhar no chão. Branco, frio, pedra, tão vazio quanto a escuridão que me cerca. Sei o que se segue. A voz dela. "O que pensas que estás a fazer?". Permaneço em silêncio, qualquer resposta é dolorosa porque em boa verdade toda a resposta seria mentira exceto "não sei" e essa doeria ainda mais. Não preciso de articular palavra, estou nú. "Ou não pensas, ou não estás a fazer. Tu nunca estás quieto, bicho desassossegado... Assim, porque não pensas?" "Pensar para quê? Planos para quê? Se..." A minha voz é-me roubada com o ar dos pulmões ao ser projetado contra um muro de mármore branco. O muro desvanece na escuridão, como surgiu, depois de c
"Eu não quero..." Como se a vontade me desarmasse... Olhos já rasos de lágrimas porque sabe que é escusado e que sem levantar a voz não vai ser feita a vontade mas o dever. - Pequenino... Meu amor... Deixa-te estar ao meu colo.... Um chi? Um chi bom e apertado. - Mas eu não quero! - Eu já percebi... E percebi que não percebes porque tem de ser assim e desculpa, mas também não sou capaz de te explicar melhor e vais ter de confiar em mim... Olhos a desviar-se... Não é birra... É apenas mais agradável a alternativa e ele prefere-a... Como o compreendo. - Escuta, vamos experimentar devagarinho... Um primeiro esforço só, vá... Se não conseguires, tudo bem. - Não... - um ensaio de esperneio para fugir. - Queres a recompensa? Olha ali... Queres aquilo? - ele cede um pouco - não nos te estou a pedir tudo... Vá, vamos aos poucos? Ele cede. E em menos de nada tem o lanço para acabar sem custo o que não queria fazer de todo e está tudo feito.... Comer a sopa, arrumar os brinque
Caminhava pelo mercado numa tarde fria, vendo os vendilhões vendendo as suas mercadorias nas bancas cobertas por linhos de muitas cores e completamente fascinado pelo odor das frutas, pelo murmúrio indefinível resultante dos pregões e das disputas de negócio... Via as pessoas a irem umas contra as outras, empurrando-se mais por negligência do que por intenção, cada um no seu caminho pessoal. Nessa tarde reparei num homem. Comprava fruta a peso como as restantes pessoas. Mexia e remexia em tecidos que tencionava comprar... Olhava as pessoas como eu e escondia-se como eu, mas eu escondo-me por causa do meu aspecto e tenho mais sucesso que ele porque, apesar de se esconder, não se ocultava tanto quanto desejaria permitindo que qualquer pessoa lhe visse a cara. Isto fez-me pensar que o que ele ocultava não seria tanto o seu aspecto, mas algo de interior. Depois de o ver a pagar uma pulseira de um azul majestoso e afastar-se cauteloso da respectiva banca, aproximei-me com a minha cautela

Oath / Voto

The thing is... I'm no longer in it for the "lulz", I'm not in it for the righteousness, I'm not in it for my soul, I'm not in it for glory, for recognition, fame... I'm in it despite all that. There's no hope, no fear, no joy, no regret. Only life. And on the lack of a better role model I will be it. I will do what I must. I will bring this dark cruel wicked world to its knees one desperate soul at a time, one inner demon at a time... Until my own time is done. A questão é que... Já não estou nessa pela piada, não estou nessa pela rectidão, não estou nessa pela minha alma, não estou nessa pela glória, reconhecimento, fama... Estou nessa apesar disso tudo. Não há esperança, nem medo, nem alegria, nem arrependimento. Apenas a vida. E na ausência de melhor exemplo, cumprirei eu esse papel. Farei eu o que tenho de fazer. Farei com que este mundo frio, cruel e traiçoeiro se ajoelhe, uma alma desesperada de cada vez, um demónio interior de