Avançar para o conteúdo principal
É como um imenso empurrão para a frente de uma folha... reaprender, através deste meu pathos criativo, a lidar novamente com o que já sei como funciona.

"Filho, sabes o que queres?

Ser feliz, ora, não é o que toda a gente busca neste Mundo?

Sim, por certo, mas há tanta gente neste mundo procurando a felicidade e insistindo na sua procura num só sítio que não encontram senão tristezas na vida.... Sabes o que precisas para ser feliz?

Mas sim, claro. Preciso de compreender e ser compreendido. Preciso que quem me compreenda me ame e que queira parte do meu sonho de um futuro. Preciso que esse alguém tenha defeitos que possa suprir com as minhas qualidades e qualidades que compensem os meus defeitos. Preciso de saber que posso não ser a única pessoa na vida dela mas que sou único na vida dela. Preciso que ela precise de mim como eu dela e que ambos estejamos dispostos a aceitar isto não como uma fatalidade mas como um dado adquirido da vida. Preciso, não de saber tudo sobre ela, mas de a conhecer como ninguém. Preciso que ela queira saber de tudo sobre mim de forma a que quando lhe responder «nada» ela saiba que é «algo que não tenho coragem de falar». Preciso de me sentir útil estando sempre lá e nunca ser deixado de fora dos problemas que a aflijam para que, mesmo não podendo fazer nada, a possa acompanhar na lama da vida sem a ver simplesmente a rastejar incompreensivelmente.

Filho do meu coração, não és tu já feliz?

Sim, posso dizer que sim...

Então dorme descansado."


À princesa que amou o dragão.

Comentários

Dahnak disse…
Obrigado, Mãe. *
Anónimo disse…
lindo este texto embora praticamente me tenha feito chorar no local de emprego. Esperança no futuro grande dragão

Mensagens populares deste blogue

parte 1

É atirada ao material uma criança... Um bebé que viria a ser uma criança... À carne, ao físico, ao tempo e espaço. Depois, contextualiza-se e integra-se essa criança num todo... Um grupo de condicionantes e fatores de como é suposto ser tudo. Um status quo inescapável de outros seres semelhantes que surgiram antes... Expectativas, padrões, normalidades, regras e o indivíduo neófito submete-se naturalmente à força passiva dos tantos contra nada, como se não houvesse qualquer violência envolvida. Não é explicada qualquer existência de quebras ou excepções ao padrão... Até o indivíduo se aperceber que é, ele próprio, uma excepção em algo... Há nele uma latente fuga às normas e não sabe que a fuga às normas é em si mesma normal...  Este é o primeiro conflito real do ser: admitir-se excepção ou refutar-se enquanto tal. A uma criança contextualizada no tácito contato social e sobreimposto status quo, ser a excepção em algo fundamental como, digamos, um núcleo familiar standardizado, constitu
"Ouço sempre o mesmo ruído de morte que devagar rói e persiste... As paixões dormem , o riso postiço criou cama, as mãos habituaram-se a fazer todos os dias os mesmos gestos. A mesma teia pegajosa envolve e neutraliza, e só um ruído sobreleva: o da morte, que tem diante de si o tempo ilimitado para roer. Há aqui ódios que minam e contraminam, mas, como o tempo chega para tudo, cada ano minam um palmo. A paciência é infinita e mete espigões pela terra dentro: adquiriu a cor da pedra e todos os dias cresce uma polegada. A ambição não avança um pé sem ter o outro assente, a manha anda e desanda, e, por mais que se escute, não se lhe ouvem os passos. Na aparência, é a insignificância a lei da vida. É a paciência, que espera hoje, amanhã, com o mesmo sorriso humilde: - Tem paciência – e os teus dedos ágeis tecem uma teia de ferro. Todos os dias dizemos as mesmas palavras, cumprimentamos com o mesmo sorriso e fazemos as mesmas mesuras. Petrificam-se os hábitos lentamente acumulados. E o
A todos quantos possa interessar, esta gárgula tem estado em clima introspectivo... A aprender algo em que seja realmente bom, a dedicar-se à escrita para posterior publicação. Só para que todos vocês, que não estando diariamente comigo se preocupam com o meu estado inundando-me com carinhosas mensagens pedindo novas, boas ou más, todos os dias, saibam que está realmente tudo bem. Raios me partam mais os devaneios...