Sinto por vezes que não fiz até agora al que não perder. Que nada mais tive senão o que mantive até isso me abandonar...
Lutar pelo que me foi dado? Conquistar o que não tinha? Tomar de ataque ou de cerco? Não... Para maldição minha tudo o que quis sempre me foi dado não tendo de lutar... Simplesmente esperando pacientemente que o destino invariavelmente se apiedasse da minha paciência e entre dó ou justiça me desse o que queria.
Quando finalmente tenho de lutar, de levantar braços, de me erguer contra insolências dos fados faltam-me as forças para ser competente no que me proponho. Então sou fraco. Então recolho-me e encolho-me. Encho-me de inveja das pessoas que colhem os frutos do seu trabalho não pelos frutos mas pela coragem que tiveram de semear. A inveja tolhe-me a alma. De mingado, nanifico-me. Não me sinto em direito de reclamar o que for ou do facto de, daquela vez, o destino não se ter apiedado ou não ter ligado aos meus olhos que pediam o favor de ver a minha vontade feita por dá cá aquela palha.
E eis então a fúria. A minha raiva contra mim. O porquê. Porque raio não me ergui eu antes? Porque é que sou inerte, inapto, inócuo, inominavelmente irresponsável...? Irra, porque me irrito eu contra o que não fiz em vez de concentrar energias a tentar fazer de futuro?!
Então, arregaço mangas. Dou duas bofetadas em mim mesmo para sacudir o torpor. Levanto-me de impulso e ganho lanço para a acção.... Nova contingência. Para onde? Como? Com quem? Para quê? Querendo fazer algo por mim, começo por onde? Planos...? Como ganhar seja o que for que esteja disponível para ser ganho? Qual o caminho ou a direcção? Onde pousar pela primeira vez a pata para alcançar seja o que for?
Espera-se. Definir objectivos. Ser feliz. Ser mais do que sou. Lutar pelo meu sonho de ter alguma vez algo do que escrevo publicado que não na Torre onde cirando e deambulo em maquinações e teorizações ignóbeis.
Então vou tentando provar aos outros que mereço o que quer que tenha. Que mereço ser feliz como sou. Que o que faço é suficiente (apesar de o saber permanentemente insuficiente) para pagar tudo quanto o Universo me dá.
E quando vejo que alguém não tem o que quer. Que há batalhas perdidas, nascentes de lágrimas. Dores inqualificáveis nos corações dos outros que se esgadanharam para ter algo e viram os seus desejos negados pelo caprichoso Destino. Ouvir da boca de quem mais quero que não basto, ou pior, ver nos olhos rasos de quem sempre lutou por tudo a mágoa de lhe ter sido negado o que mais quis, que não eu.
Mérito? Ah, infeliz de ti, feliz, que nunca tiveste de te erguer para o ser. Que nunca fuçaste mais do que podias aguentar e que quando começaste a cambalear nos obstáculos da vida te arrogaste uma vítima. Que entre beijos de Vénus e os empurrões de Eólo te deixaste levar em voga ou à toa. Queixa-te mais uma vez da injustiça da vida, ó favorecido. Perder na vida, eu? Não. Não fiz senão ganhar. E quando deixei de ganhar sem perder declarei-me injustiçado e rebelei-me. Triste de mim, que sou feliz. Pobre de mim que, de tanto, não sei quanto tenho.
Lutar pelo que me foi dado? Conquistar o que não tinha? Tomar de ataque ou de cerco? Não... Para maldição minha tudo o que quis sempre me foi dado não tendo de lutar... Simplesmente esperando pacientemente que o destino invariavelmente se apiedasse da minha paciência e entre dó ou justiça me desse o que queria.
Quando finalmente tenho de lutar, de levantar braços, de me erguer contra insolências dos fados faltam-me as forças para ser competente no que me proponho. Então sou fraco. Então recolho-me e encolho-me. Encho-me de inveja das pessoas que colhem os frutos do seu trabalho não pelos frutos mas pela coragem que tiveram de semear. A inveja tolhe-me a alma. De mingado, nanifico-me. Não me sinto em direito de reclamar o que for ou do facto de, daquela vez, o destino não se ter apiedado ou não ter ligado aos meus olhos que pediam o favor de ver a minha vontade feita por dá cá aquela palha.
E eis então a fúria. A minha raiva contra mim. O porquê. Porque raio não me ergui eu antes? Porque é que sou inerte, inapto, inócuo, inominavelmente irresponsável...? Irra, porque me irrito eu contra o que não fiz em vez de concentrar energias a tentar fazer de futuro?!
Então, arregaço mangas. Dou duas bofetadas em mim mesmo para sacudir o torpor. Levanto-me de impulso e ganho lanço para a acção.... Nova contingência. Para onde? Como? Com quem? Para quê? Querendo fazer algo por mim, começo por onde? Planos...? Como ganhar seja o que for que esteja disponível para ser ganho? Qual o caminho ou a direcção? Onde pousar pela primeira vez a pata para alcançar seja o que for?
Espera-se. Definir objectivos. Ser feliz. Ser mais do que sou. Lutar pelo meu sonho de ter alguma vez algo do que escrevo publicado que não na Torre onde cirando e deambulo em maquinações e teorizações ignóbeis.
Então vou tentando provar aos outros que mereço o que quer que tenha. Que mereço ser feliz como sou. Que o que faço é suficiente (apesar de o saber permanentemente insuficiente) para pagar tudo quanto o Universo me dá.
E quando vejo que alguém não tem o que quer. Que há batalhas perdidas, nascentes de lágrimas. Dores inqualificáveis nos corações dos outros que se esgadanharam para ter algo e viram os seus desejos negados pelo caprichoso Destino. Ouvir da boca de quem mais quero que não basto, ou pior, ver nos olhos rasos de quem sempre lutou por tudo a mágoa de lhe ter sido negado o que mais quis, que não eu.
Mérito? Ah, infeliz de ti, feliz, que nunca tiveste de te erguer para o ser. Que nunca fuçaste mais do que podias aguentar e que quando começaste a cambalear nos obstáculos da vida te arrogaste uma vítima. Que entre beijos de Vénus e os empurrões de Eólo te deixaste levar em voga ou à toa. Queixa-te mais uma vez da injustiça da vida, ó favorecido. Perder na vida, eu? Não. Não fiz senão ganhar. E quando deixei de ganhar sem perder declarei-me injustiçado e rebelei-me. Triste de mim, que sou feliz. Pobre de mim que, de tanto, não sei quanto tenho.
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