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Incolor.

Chego à conclusão que... Cor? Qual cor? Há quem diga que sou o vermelho sangue, quem diga que sou o índigo... Já fui dourado, como um anjo, prateado e acobreado... Quem me pense cristal e quem me considere breu... E o pior é que fui tudo isso... Depois chego a mim. Olho-me ao espelho e pergunto-me qual a minha cor? Qual a cor que criei para mim? Se todas as cores são actos e atitudes que tomei em relação a outros, se todas as cores que tive foram pintadas pelas mãos dos outros na minha adaptação a eles.... Quais são as minhas verdadeiras cores? O que faço eu por mim que não para me adaptar ou para corresponder a expectativas de outros? Porque é que falho, consecutivamente, a fazer algo por mim? Eu sei o que quero... acho que só me falta descobrir a cor dos meus sonhos, pintar-me dessa cor e esperar não falhar... Que essa cor me fique bem.

Comentários

aldasilva disse…
Um dia, percebes porque ainda existe o Processo Cruzado.

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parte 1

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"Ouço sempre o mesmo ruído de morte que devagar rói e persiste... As paixões dormem , o riso postiço criou cama, as mãos habituaram-se a fazer todos os dias os mesmos gestos. A mesma teia pegajosa envolve e neutraliza, e só um ruído sobreleva: o da morte, que tem diante de si o tempo ilimitado para roer. Há aqui ódios que minam e contraminam, mas, como o tempo chega para tudo, cada ano minam um palmo. A paciência é infinita e mete espigões pela terra dentro: adquiriu a cor da pedra e todos os dias cresce uma polegada. A ambição não avança um pé sem ter o outro assente, a manha anda e desanda, e, por mais que se escute, não se lhe ouvem os passos. Na aparência, é a insignificância a lei da vida. É a paciência, que espera hoje, amanhã, com o mesmo sorriso humilde: - Tem paciência – e os teus dedos ágeis tecem uma teia de ferro. Todos os dias dizemos as mesmas palavras, cumprimentamos com o mesmo sorriso e fazemos as mesmas mesuras. Petrificam-se os hábitos lentamente acumulados. E o
A todos quantos possa interessar, esta gárgula tem estado em clima introspectivo... A aprender algo em que seja realmente bom, a dedicar-se à escrita para posterior publicação. Só para que todos vocês, que não estando diariamente comigo se preocupam com o meu estado inundando-me com carinhosas mensagens pedindo novas, boas ou más, todos os dias, saibam que está realmente tudo bem. Raios me partam mais os devaneios...