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Há um perigo que entra em todas as vidas as vidas com passos de lã... Um perigo silencioso, como um assassino, um mercenário que ataca sem dó, sem piedade, sem apelo, sem agravo, sem hipótese de discussão ou negociação... É um vazio. Aquele nada que rasteja, quue caminha pé ante pé, atrás de nós, incautos, e espera aquele momento em que tudo está bem para com um golpe único nos invadir...
Insensata sensação de uma tristeza... Olhamos para nós, para o que temos, para tudo o que conseguimos e falta permanentemente algo. E, oh, insatisfeitos, agarramo-nos nós ao que temos? Não... Menosprezamos o que nos custou tanto a ter, tudo o que lutamos por conseguir, em troca de algo que em boa verdade nunca quisemos.
Na outra noite, encontrava-me eu sentado no topo da minha torre pensando porque razão valeria a pena... Pensando em desbaratar tudo... Pensando em algo que não conseguia definir mas que sem dúvida me faltava.
A princesa que amou o dragão sentou-se ao meu lado e perguntou-me o que se passava. Eu baixei os olhos e respondi que não se passava nada... Ela encostou a cabeça no meu ombro e deixou-se ficar imóvel, suponho que de olhos fechados. Eu perguntei-lhe o que se passava e ela acusou-me de não ser feliz. Fiquei estupefacto.

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