Soube que tinha deixado de ser uma criança não quando disse "obrigado" mas quando me apercebi do obrigado que estava a agradecer por algo que me deram, que fizeram para mim, que fizeram por mim, que me disseram... Algo que, mesmo que não tivesse nada que se relacionasse directamente comigo, me fizesse sentir um misto de dívida e gratidão para com a pessoa que praticou aquele acto em específico.
Soube que tinha deixado de ser um miúdo não quando disse "amo-te" mas quando me consciencializei que aquelas palavras assinavam um tratado, um acordo subreptício de fidelidade, respeito, exclusividade não de atenção mas de um certo nível de atenção; aquelas palavras eram um joelho em terra e a entrega da espada; "nunca a erguerei senão por ti, nunca a erguerei contra ti". Mais ainda. Eram tão mais poderosas por conterem todo este significado concentrado que quando uma parte deste juramento abandonou o meu coração, deixei de poder proferi-las.
Soube que me tinha tornado um homem não quando disse "desculpa" mas quando me apercebi que o que pedia era que me tirassem dos ombros a culpa dos meus actos. Assumir o erro, apresentar-me perante o algoz, a vítima do meu impropério, olhos baixos até se encontrarem com os da outra pessoa e humildemente reconhecer o dano que lhe causara. Quando me apercebi que a palavra "desculpa" não significava "esquece o que fiz e fica comigo" mas "lamento o que fiz, dá-me uma oportunidade de reparar o dano que causei".
São três palavras que todo o Homem deve conhecer não na garganta, não no olhar, mas no coração... Na consciência... Na alma... São palavras que calam fundo, nas vísceras, que têm de ser forçosamente sentidas e... Por vezes a cobardia é tamanha perante o peso, o significado, o tamanho destas palavras que nos obstamos a concretizá-las. Não é que as desconheçamos, o seu significado, mas sim por precisamente nos considerarmos fracos, pequenos demais para as carregarmos e as moldarmos em sons.
Salvem-me os Deuses de um dia cair em qualquer dos abismos: o de esquecer o significado das palavras, usando-as fútil e ignorantemente, sem que o peso do seu significado me avassale e me deite por terra; e o de, conhecendo tão titânico valor e tão augusta medida, não ser capaz de as pronunciar sob o medo de que, entre mim e a outra pessoa, não haja mérito, não haja valor, não haja nada que valha a pena manter sob o laço sagrado de uma, de duas, ou de todas as três...
Soube que tinha deixado de ser um miúdo não quando disse "amo-te" mas quando me consciencializei que aquelas palavras assinavam um tratado, um acordo subreptício de fidelidade, respeito, exclusividade não de atenção mas de um certo nível de atenção; aquelas palavras eram um joelho em terra e a entrega da espada; "nunca a erguerei senão por ti, nunca a erguerei contra ti". Mais ainda. Eram tão mais poderosas por conterem todo este significado concentrado que quando uma parte deste juramento abandonou o meu coração, deixei de poder proferi-las.
Soube que me tinha tornado um homem não quando disse "desculpa" mas quando me apercebi que o que pedia era que me tirassem dos ombros a culpa dos meus actos. Assumir o erro, apresentar-me perante o algoz, a vítima do meu impropério, olhos baixos até se encontrarem com os da outra pessoa e humildemente reconhecer o dano que lhe causara. Quando me apercebi que a palavra "desculpa" não significava "esquece o que fiz e fica comigo" mas "lamento o que fiz, dá-me uma oportunidade de reparar o dano que causei".
São três palavras que todo o Homem deve conhecer não na garganta, não no olhar, mas no coração... Na consciência... Na alma... São palavras que calam fundo, nas vísceras, que têm de ser forçosamente sentidas e... Por vezes a cobardia é tamanha perante o peso, o significado, o tamanho destas palavras que nos obstamos a concretizá-las. Não é que as desconheçamos, o seu significado, mas sim por precisamente nos considerarmos fracos, pequenos demais para as carregarmos e as moldarmos em sons.
Salvem-me os Deuses de um dia cair em qualquer dos abismos: o de esquecer o significado das palavras, usando-as fútil e ignorantemente, sem que o peso do seu significado me avassale e me deite por terra; e o de, conhecendo tão titânico valor e tão augusta medida, não ser capaz de as pronunciar sob o medo de que, entre mim e a outra pessoa, não haja mérito, não haja valor, não haja nada que valha a pena manter sob o laço sagrado de uma, de duas, ou de todas as três...
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