Soube que tinha deixado de ser uma criança não quando disse "obrigado" mas quando me apercebi do obrigado que estava a agradecer por algo que me deram, que fizeram para mim, que fizeram por mim, que me disseram... Algo que, mesmo que não tivesse nada que se relacionasse directamente comigo, me fizesse sentir um misto de dívida e gratidão para com a pessoa que praticou aquele acto em específico. Soube que tinha deixado de ser um miúdo não quando disse "amo-te" mas quando me consciencializei que aquelas palavras assinavam um tratado, um acordo subreptício de fidelidade, respeito, exclusividade não de atenção mas de um certo nível de atenção; aquelas palavras eram um joelho em terra e a entrega da espada; "nunca a erguerei senão por ti, nunca a erguerei contra ti". Mais ainda. Eram tão mais poderosas por conterem todo este significado concentrado que quando uma parte deste juramento abandonou o meu coração, deixei de poder proferi-las. Soube que me tinha ...
Pode ser um obstáculo e um ponto de fuga.... pode ser.... mas é uma torre.