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Admito, tenho andado para a frente e para trás, asas presas ao corpo, na minha Torre a pensar no que faça ou deva fazer... Qual a melhor forma de encerrar um capítulo...
Devo fazer, como fiz anteriormente, um resumo do que se passou? Devo tentar explicações e teorias mais ou menos complexas que evidenciem causas, efeitos, razões e motivos de tal; ou por outro lado, devo antes fingir que todos os passos que dei não deixaram a marca que deixaram e prestar mais atenção aos passos que me esperam e que darei...
Deverei referir e explanar detalhadamente a quem pensa ser necessária uma explicação - em nome do que se passou - o que se passou; ou por outro lado, deverei apenas manter o nome no meu Índex como tantos outros nomes que se quedaram pelo Índex sem explicações nem razões apontadas...?
Não desejo discutir a validade do direito de explicação de quem me exige uma explicação e já me julgou sem uma por eu não ter estado nem disposto nem preparado para dá-la quando ma exigiu....
Não desejo obsequiar ou ofertar a indulgência de ver mais uma vontade, que não a minha, feita...
E eis-me no busílis da questão: será de novo de minha vontade a satisfação de vontades alheias? Coincidirão todas as vontades, as minhas com as de outrém?
Não... mais do que isso. Rogo a mim mesmo o perdão pela inexactidão que tolda o meu raciocínio, será, por certo, devida a estas pendulares ambulações... A questão fundamental que me tem mantido entretido o intelecto concerne a minha necessidade, e não a vontade, como anteriormente referi, de explicar tudo o supra-citado.... Trocando por miúdos, para melhor abordagem da minha indecisão por vossas graças, senhores leitores e visitantes desta modesta Torre... Haverá de minha parte necessidade óbvia e manifesta de evidenciar os motivos para tão inusitado - e ilícito, dirão alguns - mergulho? Demorar-me-ei mais um pouco na indecisão.

Comentários

aldasilva disse…
Seja qual assunto for, não é muito bom deixar pontas soltas quando queres ver algum capítulo encerrado. Posto isto, quando sou eu nessa situação, há normalmente dois caminhos que me proponho tomar: deixar as coisas como estão ou fazer alguma coisa. Pode parecer contraditório dizer primeiro que não é bom deixar pontas soltas e depois afirmar que um dos caminhos é "nada fazer. Gosto de deixar sempre tudo claro, de atar cada ponta ao seu nó, mas isso pode não ser o melhor a fazer, em algumas alturas. Pode não ser o melhor para mim, pode não ser o melhor para o(s) outro(s). Às vezes, quer-se tanto explicar ou receber uma explicação, que isso gera ainda mais necessidade de conteúdo e de contacto. É como uma bola de neve: querem uma explicação, dás; querem outra; tornas a dar; etc, etc, etc. E acabas por estar sempre a pensar activamente no assunto...
Por vezes, acaba por ser mais saudável deixar que as coisas se fechem pela distância ou pelo "esquecimento" (ficam sempre nas "cookies", mas deixam de estar tão presentes).
O que fizeres, parte sempre de ti. Sendo que é um reflexo de ti, é algo teu e deves estar decidido quando tomares qualquer passo que tomes.

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parte 1

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