Há dias ia eu muito sossegado pelas ruas do mercado, alheio a bancas e a vendilhões e reparei numa jovem que tenho ensinado a voar acompanhada de duas outras, uma que se recusava terminantemente a aprender, outra que, em tendo aprendido e em lhe faltando o vento, despenhou-se partindo as asas e perdendo o gosto pelo vôo.
Com algum propósito oculto, ou não, a jovem que se recusa a aprender a voar debandou e a minha aprendiz de vôo vendo-se incapaz ou sem vontade de auxiliar a caída na cura aproveitou que a primeira saíra e decretou o acompanhamento da dita.
Tendo ficado a sós com a jovem que em vão tentava aparentar umas asas abertas e orgulhosas, sorri-lhe... Não era a primeira criatura a quem tentava auxiliar depois de uma queda desastrosa. Ao que me constou depois de lhe ter perguntado que quão alto havia sido o tombo, desde então mantinha-se rente ao solo. As asas estavam quebradas em várias articulações e mesmo perfuradas.
- Não podes contar sempre com o vento... planar, por vezes, é bom, mas não podes deixar de bater asas e manter-te segura no firmamento. - disse-lhe eu - Há que manter sempre presente que nada é eterno... nem o vento que te suporta no céu... especialmente se é apenas o vento que te ampara. O melhor que tens a fazer é aprender a cair.
- Aprender a cair? isso não faz sentido! - respondeu ela - Cai-se e pronto. E magoamo-nos e arrependemo-nos de ter voado tão alto e...
- Eu também já caí... Lembras-te de como o fizeste? -ela anuiu - Pronto, agora já sabes como não se faz e tentas de outra maneira. Em qualquer dos casos, tenta voar mais baixinho enquanto mão aprendes a aterrar decentemente.
A voz ainda lhe saiu sufocada enquanto cabriolava e brincava com ela... Por fim tive de me vir embora sem a ensinar a voar nem a aterrar. Penso que não me cabe a mim ensinar-lhe o vôo e a aterragem por minha vontade única... Não iria aprender nada... Se, porém, ela me procurar num futuro próximo ou distante, jamais lhe virarei as costas e não descansarei enquanto do pulo ao bater de asas, da aterragem à minimização dos danos da queda, não lhe explicar tudo quanto sei...
Com algum propósito oculto, ou não, a jovem que se recusa a aprender a voar debandou e a minha aprendiz de vôo vendo-se incapaz ou sem vontade de auxiliar a caída na cura aproveitou que a primeira saíra e decretou o acompanhamento da dita.
Tendo ficado a sós com a jovem que em vão tentava aparentar umas asas abertas e orgulhosas, sorri-lhe... Não era a primeira criatura a quem tentava auxiliar depois de uma queda desastrosa. Ao que me constou depois de lhe ter perguntado que quão alto havia sido o tombo, desde então mantinha-se rente ao solo. As asas estavam quebradas em várias articulações e mesmo perfuradas.
- Não podes contar sempre com o vento... planar, por vezes, é bom, mas não podes deixar de bater asas e manter-te segura no firmamento. - disse-lhe eu - Há que manter sempre presente que nada é eterno... nem o vento que te suporta no céu... especialmente se é apenas o vento que te ampara. O melhor que tens a fazer é aprender a cair.
- Aprender a cair? isso não faz sentido! - respondeu ela - Cai-se e pronto. E magoamo-nos e arrependemo-nos de ter voado tão alto e...
- Eu também já caí... Lembras-te de como o fizeste? -ela anuiu - Pronto, agora já sabes como não se faz e tentas de outra maneira. Em qualquer dos casos, tenta voar mais baixinho enquanto mão aprendes a aterrar decentemente.
A voz ainda lhe saiu sufocada enquanto cabriolava e brincava com ela... Por fim tive de me vir embora sem a ensinar a voar nem a aterrar. Penso que não me cabe a mim ensinar-lhe o vôo e a aterragem por minha vontade única... Não iria aprender nada... Se, porém, ela me procurar num futuro próximo ou distante, jamais lhe virarei as costas e não descansarei enquanto do pulo ao bater de asas, da aterragem à minimização dos danos da queda, não lhe explicar tudo quanto sei...
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