Por umas horas tive vinte, não vinte e quinze... Por umas horas, era eu, o âmbar escorregadio, caras conhecidas de silêncios que se entendem, as cordas a vibrar e nada... Mais nada do que trouxe as linhas que trago marcadas fundas na alma e no rosto.
Tudo simplificado como quando era simples. Por momentos....
"Tu não envelheces?!", dardejam-me... Na alma, aqui, não. Para quê? Quando era da idade que pus perguntavam-me se não iria crescer um dia e chamavam-me tolo. Fui tolo e cresci, mas não tão tolo que não trouxesse um pouco do passado escondido no fundo da algibeira.
Há momentos em que, sem perceba muito bem como, um "eu" desperta em dúvida e incredulidade... É de madrugada. Pelas frinchas da persiana e através do vidro que separa o frio lá de fora do conforto de entre os cobertores, entram lâminas de luz amarela nascida do lampião do lado da rua. Do que se vê do céu, permanece escuro em conformidade com o esperado. E ele surge em mim com olhos de espanto... Acede ao eu para se reconhecer e saber quando e onde está mas é só ao que consegue chegar. Olha em volta... Analisa o que tenho ao meu redor e vê tudo... Não há malícia, nem má vontade, não há desagrado, não há desprezo... Há a admiração de não se aperceber como está onde estou.... "Como é que vim aqui parar? De onde este conforto? De onde a paz? Que foi feito ou que fiz eu para chegar a isto? De onde a força? Como a disciplina? Sorte? E para onde daqui? Como continuar? Qual a direção ou sentido? Por onde?" E um novo acesso a mim o faz sondar-me a vontade e desejos... Um t...
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