Por umas horas tive vinte, não vinte e quinze... Por umas horas, era eu, o âmbar escorregadio, caras conhecidas de silêncios que se entendem, as cordas a vibrar e nada... Mais nada do que trouxe as linhas que trago marcadas fundas na alma e no rosto.
Tudo simplificado como quando era simples. Por momentos....
"Tu não envelheces?!", dardejam-me... Na alma, aqui, não. Para quê? Quando era da idade que pus perguntavam-me se não iria crescer um dia e chamavam-me tolo. Fui tolo e cresci, mas não tão tolo que não trouxesse um pouco do passado escondido no fundo da algibeira.
É atirada ao material uma criança... Um bebé que viria a ser uma criança... À carne, ao físico, ao tempo e espaço. Depois, contextualiza-se e integra-se essa criança num todo... Um grupo de condicionantes e fatores de como é suposto ser tudo. Um status quo inescapável de outros seres semelhantes que surgiram antes... Expectativas, padrões, normalidades, regras e o indivíduo neófito submete-se naturalmente à força passiva dos tantos contra nada, como se não houvesse qualquer violência envolvida. Não é explicada qualquer existência de quebras ou excepções ao padrão... Até o indivíduo se aperceber que é, ele próprio, uma excepção em algo... Há nele uma latente fuga às normas e não sabe que a fuga às normas é em si mesma normal... Este é o primeiro conflito real do ser: admitir-se excepção ou refutar-se enquanto tal. A uma criança contextualizada no tácito contato social e sobreimposto status quo, ser a excepção em algo fundamental como, digamos, um núcleo familiar standardizado, constitu
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