Somos tão semelhantes, tu e eu. Ouvimos as mesmas músicas, vemos os mesmos programas de TV... Vemos o mesmo mundo da mesma maneira. Somos cínicos e sarcásticos, irónicos e condescendentes. Temos para nós os mais altos padrões e expectativas e temo-nos em tão alta conta que entramos no paradoxo de deprimir à decepção e à falha no cumprimento do que contamos para nós. Somos vítimas que escolhem e aceitam os seus agressores. Fazemo-nos acompanhar deles e somos programados por juízes sociais todo-poderosos aos quais obedecemos inconscientemente, gratos pela atenção dispensada. No outro dia andei sem ligação ao mundo quase todo o dia. Deixei o telemóvel em casa. Ah, o silêncio...! Perturbador e desconfortável silêncio... Sem paz, sem alívio, sem pausa para o pensamento. A minha mente sem trela já não deambula. Fica queda. Imóvel. Em boa verdade, primeiro...
Pode ser um obstáculo e um ponto de fuga.... pode ser.... mas é uma torre.