Tudo quanto faço é mal, é vil, é nulo. Se me atrevo a andar, minha pose é fraca, incorrecta, lassa. Tudo quanto digo é vão, é fútil, é nada. Todo o meu sentimento é imprestável e por isso o engulo... Toda a minha alma é frágil, dolente, cobarde. Sinto-me um livro que alguém comprou na esperança de encontrar em si esperanças... Pior. Sinto-me aquele livro comprado com gosto que deu as respostas que se procurava mas que ficou àquem de se explicar a si mesmo, sem glossário, sem índice remissivo. Um livro ali na prateleira que se folheia de vez em quando porque tem ilustrações de Gustave Doré... Um livro que fica bem ter na prateleira apesar de não ser encadernado a couro nem ter na capa filigrana. Um livro infantil escondido sob a capa dos Maias ou dos Lusíadas... Algo que ensina a ler quando promete ensinar a pensar. Algo que promete arte e se folheado não é mais que um livro para colorir... Todo eu sou complexamente simples, como aquela literatura light que nos dá as...
Pode ser um obstáculo e um ponto de fuga.... pode ser.... mas é uma torre.