Acho fantástica a perceção de certas almas mais simples de que "tu magoaste-me muito" ou "estás a magoar-me". Isto no que concerne à dor que nos é imposta, regra geral por pessoas próximas ou importantes para nós, a nível sentimental ou emocional. A deceção é entendida como algo como nos fazem e aceite como uma facada. Aliás, a expressão cumular no que ao português concerne para designar a traição, a epítome da deceção, é a bem conhecida "facada nas costas". Idem, aqui há uns anos não havia casos extraconjugais! Pelos Deuses, que expressão tão pouco carinhosa, tão rude, tão fria!... Não, havia a doce e eufemística expressão "facadinha" no matrimónio. Tem tudo para ser melhor aceite, desde a imagética associada a uma traição - a facada - ao diminutivo essencial para a captatio benevolentia. O ponto central do meu argumento, ao qual regresso, é a responsabilidade da dor. A isenção covarde da qual a maior parte das almas novas padece, atribuind...
Pode ser um obstáculo e um ponto de fuga.... pode ser.... mas é uma torre.