Às vezes parece que não faço outra coisa além de me sentar aqui vendo o incessante vai e vem das ondas. Observando a eterna mutabilidade e imutabilidade daquele mar, a forma como as marés sobem e descem, as ondas avançam e recuam, como os barcos rasgam os horizontes e os deixam imaculados... Sentar-me aqui, junto a este mar faz-me perceber que devo ser como o mar, a minha vida deve imolar o mar em todos os aspectos. Intempestivo e calmo, brilhante e sombrio, claro e encoberto... Devo ser, sim, como o mar e não como a areia que piso pois se olhar para trás na praia vejo as minhas pegadas e as pegadas que me antecederam e que ainda não tiveram oportunidade de desaparecer . Uma pedrada no mar... Sabe quem já alguma vez atirou uma pedra ao mar que ele não riposta. Agita-se naquele local, solta um berro, maior ou menor mediante o tamanho da respectiva pedra, mas não tarda a voltar ao mesmo como que nunca tivesse havido uma pedra lançada, como se nunca tivesse havido lançamento da pedra...
Pode ser um obstáculo e um ponto de fuga.... pode ser.... mas é uma torre.